terça-feira, 12 de agosto de 2008

ARTE POSER

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

MANIFESTO DA ARTE POSER

O Manifesto Poser foi escrito por Horacio Martinez e Gugui Martinez na cidade de Valença Bahia no dia 08 de Agosto de 2008.

MANIFESTO POSER

Baseado nos princípios de liberdade de expressão e completo descomprometimento com regras medíocres que permeiam os recintos decadentes de qualquer escola artística a partir desta data instala-se a ARTE POSER.
Para a ARTE POSER o que vale é a energia psíquica, o potencial artístico que libera o performático.
A ARTE POSER se apropria do instante para revelar-se. A obra esta no ser humano mais do que em qualquer material modelável ou qualquer objeto externo à condição humana.

Ao contrário do termo “Posar” que significa prostrar-se momentaneamente diante de uma câmara ou diante de alguém como modelo, na ARTE POSER, essa atitude é paradoxal por que ao mesmo tempo em que se demonstra como modelo em fase de transformação para a obra de arte, é a obra de arte em fase de transformação para um novo modelo. POSER é por isso a atitude performática de alguém diante de um público. A ARTE POSER se baseia nestas atitudes performáticas, criadas por um ou mais artistas para revelar exacerbadamente a energia psíquica que resulta no potencial artístico que libera o performático. Quem se propõe a isso, não é um modelo passivo, inerte. Não é uma peça modelável, um corpo sonolento, uma massa espojada aleatoriamente. Não é um quadro, uma escultura, um desenho, uma instalação. É um quadro, uma escultura, um desenho, uma instalação em uma ação performática. E por assim se revelar passa a chamar-se ARTISTA POSER todo aquele que se apropriando de uma idéia, de um tema, transforma o reservatório da energia psíquica, em uma ação capaz de provocar um constrangimento coletivo. Entenda-se por constrangimento coletivo a ação de provocar no público o sentimento de repulsão até a causa da polêmica. A ARTE POSER não pode ser separada do artista. O artista é a arte, a obra de arte, o veículo, a matéria prima, o expoente, o exposto, o exótico, o ótico, o obvio. O ARTISTA POSER, encerra uma originalidade quase ingênua embora debochante, uma fragilidade adocicada embora agressivamente agridoce.

1- A arte poser pode ser desenvolvida em qualquer espaço.
2- O artista Poser não se importa com elogios ou criticas. Ele é o centro das atenções. Ele é a própria obra.
3- Cada um pode usar a sua obra de arte interior.
4- Para o artista Poser todas as pessoas são obras de arte mais nem todas sabem utilizar seu potencial Poser.
5- O artista Poser pode ser natural ou artificial, o importante é o impacto de sua atitude.
6- O artista Poser independe de convites para participar de qualquer evento de arte.
7- O artista Poser nunca se irrita ante a ira do semelhante (que ainda não assumiu a arte Poser)
8- O artista Poser nunca paga para expor em nenhuma galeria, salão ou bienais de arte.
9- Na arte poser o que vale é o ser humano.

Valença, 08 de agosto de 2008

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O Processo Criativo II - Gugui e Horacio Martinez.






Cercas elétricas

Sabe uma dessas manhãs em que ao acordar, você se depara com algo inusitável em termos de deformação da paisagem?

Não foi o dendezeiro do quintal ao lado que arrancaram depois da nossa ousadia em defende-lo. Não foi também o restante dos manguezais que cercam a nossa casa. Pois é, foi em uma dessas manhãs aterrorizantes ao olhar, que meu ser ficou congestionado de impressões inusitáveis. Não inusitável em termos de euforia que dignifica a alma e sim o choque diante da angustia do cotidiano em que as surpresas são sempre na maioria das vezes malignas.

Abri a porta de casa e olho em frente. A casa do vizinho toda cercada por essa tal de cerca elétrica. Não ficou só nisso, dobro a esquina e outra e mais outra. De repente toda a vizinhança estava fantasiada com este apetrecho recente, criado como forma de afastar o perigo do intruso em sua residência. Mais um recurso dos engendrosos do comércio. E fiquei com aquela sensação de que estava fora do rol dos que se acautelam ante um perigo eminente.

Como ser cauteloso se a vida é um vendaval constante?

Sou artista. Não aquele do seriado norte-americano que nunca morre e que você sabe desde o começo do filme que ele é o “mocinho”. Não, não sou este tipo de artista comercial. Sou dos que carregam pedras, dos que sangram as mãos, dos que machucam os pés, dos que transpiram e gosta das gotículas que caem salgando a boca. Eu aprecio essa vida de ser artista.

Sim, voltemos as cercas elétricas. Naquele instante me senti fora do contexto. E pensei: algo está por vir. Não é possível que toda essa gente de repente se prepare com cercas elétricas por nada. E então me posicionei a pensar qual o perigo eminente.

Uma invasão por seres extra-terrestres?

Uma invasão do exército além do atlântico?

Uma invasão por supostos inimigos de todos os vizinhos do meu bairro?

Por que essas questões devem ser levadas em conta já que no cotidiano já está impresso a violência urbana, a marginalidade, os assaltos, as violações, arrombamentos, a fome, a diferença de classe, as injustiças, o despotismo, a falta de oportunidade e outros tantos efeitos e ações dos que regem o lugar em que vivemos. Isto eu já sei e todos vocês também. Obviamente voltei a refletir que não poderia ser uma invasão extra-terrestre, não creio que estes seres estejam tão atrasados e tão deseducados para invadir o planeta terra. Tão pouco além do atlântico ou entre os nossos vizinhos mais próximos. Agora se todos esses distúrbios da vida social mal gerenciado, nos afetam diariamente e não temos as vantagens ou o direito que prescreve a lei, que é a segurança, não creio que cercas elétricas vão inibir o “inimigo”, que é um ser humano, que não é privilegiado, que não é avantajado por falsos títulos, que não comanda nenhuma instituição, que não desfruta de uma residência no mínimo estruturada com saneamento básico, que não desfruta do lazer, etcetera e etcetera e tal.

Não creio que estas ditas cercas elétricas vão inibir o mal de não ser acometido pelo sobressalto. Sabe por quê? Por que simplesmente estamos vivos. Basta está vivo para ser suceptivel aos sobressaltos. Esta manhã, meus olhos ficaram embotados de cercas elétricas e senti um calafrio percorrendo todo o meu corpo, talvez o choque por tantas cercas elétricas, talvez por pensar que o pânico chegou ao meu bairro e se instalou na casa de todos os meus vizinhos que têm cercas elétricas e que eu acordei tarde e não vi a mensagem escrita nos jornais que dizia que devemos nos preparar para os próximos dias de inverno.

Celeste Martinez - escritora

terça-feira, 22 de abril de 2008



Eu sinto um homem ressuscitar quando escuto essa canção



Os olhos dos meus amigos brilham



Há várias pessoas espiando nossa festa



Eles também sentiram o mesmo agora



Um homem ressuscitou quando nossos olhos brilharam



Essa festa deveria ser no espaço.




Desenho e poesia por Gugui Martinez